Amesterdão foi o ponto de passagem óbvio, confesso que pouco me lembrava da minha visita há 14 anos e por vezes tinha flashes de algumas semelhanças ou, possivelmente, falsas memórias. Chegado à Amesterdam Centraal e pela Damrak com o Wintermarkt em pleno funcionamento é fácil ficar instantaneamente com fome. É à escolha: vlaamse frites (há foto mais abaixo), stroopwafel, oliebollen ou mesmo uma salsicha xxl.
A mistura da agitação de uma capital europeia com a estética de há séculos atrás é extremamente intrigante. Não estou de todo habituado a ver a reabilitação de fachadas antigas a este nível e perceber que praticamente todos os prédios em Amesterdão são no mínimo centenários (vi alguns do século XVI) é parte do fascínio da cidade. Juntando a isso os restaurantes, as lojas, os cafés e os museus; são necessários vários dias para explorar Amesterdão devidamente, isto contando com a quantidade de vezes que nos perdemos pelas ruas idênticas: “humm, eu já vi este canal antes”…
É fácil perceber o porquê do I AMsterdam (e o porquê de ocupar um espacinho no coração). Reflecte o espírito relaxado e frugal dos holandeses sem nunca se demarcar da imagem de grande capital. Eu, que não costumo percepcionar paraísos fora do Algarve, até me via a viver por lá.
Estive em passeio pela Holanda, com o objectivo principal de encontrar um casal amigo e o seu rebento e o objectivo secundário de rever Amesterdão.
A primeira paragem, e quartel general, foi Bloemendaal. Uma pequena cidade bastante conhecida pelas suas praias e festas de Verão, o equivalente à Vilamoura lá do sítio. Mas estamos em pleno Dezembro, com temperaturas a rondar os 5ºC e o pôr-do-sol a acontecer pouco depois das 16h. Uma cidade com contornos de vila, com mais vivendas que apartamentos, pequenas lojas e cafés típicos. Abriu-me um sorriso na cara ver umas 20 pessoas na “esplanada” de um café, sentadas em fardos de palha em redor de um forno a lenha, a ouvir uma história em holandês. Parecia tirado de um filme.
A estação de comboios de Bloemendaal foi o ponto de partida diário. Ter uma bicicleta e comboios regulares foi suficiente para o dia-a-dia e parece-me também suficiente para a maioria dos holandeses, mesmo fora das maiores cidades. Para quem está a visitar acho obrigatório utilizar a bicicleta como meio de transporte ,para tentar integrar a mentalidade e perceber que, afinal, é lógico, eficiente e divertido. Agora vou ter de comprar uma pasteleira…
O Algarve é um destino turístico por excelência durante os meses de maior calor. No entanto, vários são os estrangeiros que cá vêm durante os períodos mais frios. Vários são também os que escolheram cá morar. Pode-se considerar que, numa escala de frio, o nosso é bastante ameno. Sendo que existem outras vantagens, como a calma, segurança e, muito importante, as paisagens. O objectivo do projecto fotográfico “algarve no inverno” é mostrar o outro lado, todos conhecem o Algarve com o triplo da população, bares cheios até de madrugada, festas e agitação. E este?
Mentira, não voltei, porque nunca me fui embora. Fiz questão de arquivar vários anos de conteúdo e começar algo novo, no sítio do costume, pronto a entrar em 2014 com os dois pés no ar. Não me consigo desligar dos weblogs, mas não vou fazer promessas. Pelo menos um post já está.